terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Lentes ocultas

Ética no fotojornalismo

 

Deve o fotojornalista apenas mostrar a realidade crua através da sua lente ou interferir nela quando a sua consciência assim o exige? Kevin Carter achou que não devia interferir, em 1993, quando fotografou, para o New York Times a imagem de um bebê do Sudão, caído no chão, enquanto no mesmo plano um abutre esperava pacientemente pela refeição.

Não salvou a criança e o mundo, que deu o bebê como morto, criticou-o e chamou-lhe a ele próprio abutre. Carter acabou por ganhar o prémio Pulitzer com esta imagem que o perseguiu e o levou ao suicídio aos 33 anos.

O jornal  El Mundo, descobriu que o bebê era um menino, chamava-se Kong Nyong, e sobreviveu ao abutre. Segundo o jornal espanhol a enfermeira Florence Mourin, que coordenava os trabalhos do programa das Nações Unidas para o combate à fome no Sudão em Ayod, o local onde tudo aconteceu, que o menino estava a ser acompanhado, como prova a pulseira branca na mão direita, que se podia ver na fotografia premiada.

Recentemente recebi um vídeo por e-mail  que faz o mesmo questionamento. Até quando o fotojornalista pode se omitir de agir contra um ato de violência em busca da melhor foto ou prêmio? Vale a pena dar uma conferida.

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